segunda-feira, 30 de abril de 2012

Concepção de leitura na pós-modernidade


Na pós-modernidade, a leitura adquire uma concepção mais abrangente, abrindo espaço para as múltiplas leituras de um texto, desde de que seja observada a leitura autorizada, é óbvio.  Por considerarmos o homem como um ser sócio-cultural, de acordo com  os pressupostos de Vygotsky e também de Bakhtin, isto é,  cada leitor constrói sentido do texto de acordo com o contexto no qual está inserido em uma determinada cultura. O trecho abaixo, de autoria de Saramago, ilustra muito bem esse conceito:

"Vivi, olhei, li, senti. Que faz aí o ler. Lendo, fica-se a saber quase tudo, Eu também leio, Algo portanto saberás, Agora já não estou tão certa, Terás então de ler doutra maneira, Como, Não serve a mesma para todos, cada um inventa a sua, a que lhe for própria, há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir além da leitura, ficam pegados à pagina, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão alí é para que possamos a chegar à outra margem, a outra margem é que importa, A não ser, A não ser, quê, A não ser que esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessosa que lê seja, ela, a sua própria margem, e que seja sua, e apenas sua, a margem a que terá de chegar,"  A caverna – José Saramago – p. 77

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